Cachimbos em cerâmica (séc. XVII)

Cachimbos em cerâmica da Casa do Infante

O uso do tabaco difundiu-se na Europa no século XVII, sendo o seu consumo usado tanto para fins medicinais como, noutros casos, severamente proibido pelas autoridades. Para o fumar, popularizou-se um novo artefacto, o cachimbo em cerâmica.
Nas escavações arqueológicas da Casa do Infante, onde tive o prazer e o orgulho de integrar a equipa de investigação arqueológica durante aproximadamente 6 anos, descobriram-se centenas de exemplares destes cachimbos.

O artigo que aqui trago hoje, publicado nas actas das 3ª Jornadas de Tondela no ano de 1997, foi talvez a primeira publicação no país com uma interpretação arqueológica sobre o artefacto. Um pequenino objecto em cerâmica que muitos pensarão insignificante mas que é precioso para afinar as cronologias dos contextos arqueológicos que são escavados nos grandes centros urbanos. Um objecto de culto e fundamental para o saber estar na sociedade seiscentista.

Na altura (1997) em que este trabalho foi publicado, a bibliografia arqueológica portuguesa era completamente inexistente sobre a temática e lembro-me que a Casa do Infante do Porto importou de Inglaterra um conjunto de publicações com o intuito de trabalhar a matéria. Presumo que essas publicações integrem o arquivo municipal da instituição, devendo ser um dos locais onde mais informação poderá ser encontrada sobre esta temática.

Também aqui o projecto da Casa do Infante foi pioneiro, como o foi em muitas outras coisas e até mesmo nas metodologias de escavação que por essa altura eram utilizadas. É bom e faz bem lembrar isso, embora alguns o prefiram olvidar.

O artigo fica aqui disponível num formato PDF. Olhado 16 anos após a sua publicação, pensamos que hoje o faríamos diferente, contudo não sei se o faríamos melhor, ou se depois de todo este tempo, e do primeiro caminho desbravado, alguém já publicou coisa significativamente mais elaborada. Engraçado é de referir que alguns investigadores, se é que se podem chamar de investigadores, o têm utilizado, quase plagiado na forma e mesmo no conteúdo, e depois esquecem-se de o citar bibliograficamente. Porque será?



Cachimbos Cerâmicos do século XVII da Casa do Infante (Porto)